quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Guisado de Vaca com Cerveja




Há pratos que nos chegam por uma confluência de situações que os tornam ideais para um determinado momento. E para este juntaram-se três situações simultâneas.

A primeira das quais é que cá em casa ninguém é grande fã de cerveja, principalmente da "normal" (há quem abra excepções para a Bohemia). Assim, desde Abril, quando nos deixaram uma six-pack inteira como sobra de uma reunião de amigos, ainda não conseguimos despachar mais que 4 das 6 cervejas e as duas que sobraram terminam o prazo no próximo mês.

Em segundo lugar, no Natal deram-me uma panela de pressão e quando há um brinquedo novo, há sempre vontade de o experimentar. E quanto mais cedo, melhor.

E por fim, o Inverno e o Outono são aquelas épocas que pedem comida que traga as palavras "Conforto" e "Comida caseira" estampadas na testa e como tal as receitas de guisados e estufados saltam de site em site e revista em revista nesta altura do ano, acompanhadas das suas fotos de pedaços de carne e vegetais envoltos num molho espesso que prometem desfazer-se suavemente assim que nos tocam o palato.

Foi assim que tudo se pôs a jeito para surgir este guisado.

Ingredientes:
500gr de carne de vaca para guisar, cortada em cubos
2 cenouras cortadas em cubos
1 courgete cortada em cubos
1 cebola cortada em meias luas
100g de cogumelos frescos laminados
100g de ervilhas
2 dentes de alho
200ml de cerveja
100ml de caldo de carne
1 talo de aipo picado (sem os veios mais rijos)
1 ramo de alecrim
1 ramo de tomilho
1 folha de loiro
azeite, sal e pimenta
salsa q.b.


  1. Aquecer azeite na panela de pressão. Passar a carne em farinha, sacudir o excesso e fritar no azeite bem quente, sem mexer muito para que doure bem em todos os lados. É conveniente fritar pequenas quantidades de cada vez e ir reservando num prato.
  2. Baixar o lume para médio, raspar os resíduos que tiverem ficado no fundo para não se queimarem e adicionar as cebolas. Deitar fritar até começarem a ficar transparente e então adicionar os alhos e os cogumelos. Quando os cogumelos perderem a maior parte da água, reintroduzir a carne, os vegetais, os ramos de tomilho e alecrim, a folha de louro, pimenta. 
  3. Deitar a cerveja e o caldo na panela, misturar tudo e tapar a panela de pressão. manter o lume no máximo até a válvula começar a girar e então diminuir o lume para o mínimo e deixar cozer 15 minutos (15min/500g de carne).
  4. Despressurizar a panela, tirar a tampa, provar o molho e acrescentar sal se necessário. Adicionar salsa e deixar ferver mais 5 minutos destapado para o molho engrossar.

Feito desta maneira a courgete quase desaparece para se tornar parte integrante do molho. Se preferirem sentir e ver os pedaços de courgete, devem adicioná-la mais tarde: ao fim de 10 minutos de cozedura sob pressão, despressurizem e abram a panela, acrescentem a courgete e voltem a fechar. Os restantes 5 minutos só devem começar a contá-los quando a válvula começar a girar.

Bom apetite!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Bolachas com pepitas de chocolate




Feliz Natal para todos!

Chegou a época das reuniões familiares, das trocas de prendas, das filhoses, de engordar uns quilos, receber peúgas e lenços bordados, da "Música no Coração" e demais tradições.

Este ano decidi oferecer bolachas caseiras a toda a gente e ao fim de várias receitas, pesquisas e tentativas mais ou menos bem sucedidas, acabei por escolher as bolachas com pepitas para oferecer à grande maioria. Estas bolachas, que actualmente são fabricadas por muitas marcas, têm a sua receita original comprada pela Nestlé que, no entanto, no seu site a partilha com toda a gente. Foi esta receita que decidi seguir, por ser muito prática, dar para uma grande quantidade de bolachas e melhor que tudo não precisar de se esticar a massa.





Ingredientes:
255g de farinha sem fermento
170g de acúçar branco
150g de açúcar amarelo
225g de manteiga sem sal
Essência de baunilha q.b.
2 ovos grandes
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
1 colher de chá de sal
300g de pepitas

  1. Pré-aquecer o forno a 200ºC.
  2. Numa tigela pequena misturar a farinha, o sal e o bicarbonato de sódio.
  3. Numa tigela grande bater a manteiga com os açúcares e essência de baunilha, até ficar cremoso. Juntar um ovo de cada vez incorporando-os bem após cada adição.
  4. Juntar progressivamente a farinha e homogeneizar bem. Juntar as pepitas.
  5. Num papel vegetal colocar colheres de chá de massa (ou colheres de sobremesa, dependendo de como gostarem). O meu conselho é na primeira fornada colocarem poucas bolachas, com quantidades diferentes de massa e bem distanciadas para ganharem noção do espaço que precisam deixar entre elas e da quantidade ideal pro vosso gosto. Não se preocupem com dar forma à massa.
  6. Levar ao forno 8 a 10 minutos num tabuleiro. Retirar do tabuleiro e assim que começarem a arrefecer um pouco transferi-las para uma rede para arrefecerem totalmente.
A massa vai dar para várias fornadas, dependendo do tamanho que as preferirem. Quando saiem do forno é normal que sejam um pouco moles, quando arrefecem enrijecem e ficam mais estaladiças. Também se podem juntar pedaços de frutos secos ou mesmo Smarties mas estes últimos com o calor desbotam, que foi o que me aconteceu como podem ver na primeira foto.

Bom apetite e Bom Natal!

domingo, 20 de dezembro de 2009

Medalhões de Pescada com Crosta de Laranja


Um dos livros de culinária a que mais tenho dado uso é o "Cozinha para quem quer poupar" de Mafalda Pinto Leite. E cada vez que tenho apostado numa receita dele, é uma aposta vencedora. Na verdade, só o comprei porque o primeiro livro dela, "Cozinha para quem não tem tempo", se encontrava esgotado na altura mas não me arrependi nada (até porque o primeiro continua esgotado... se alguém o vir por aí à venda que me avise).

Desta vez, tendo já uns medalhões de pescada no congelador e em busca de receitas onde empregá-los, virei-me para este livro mais uma vez, só fiz uma alteração mínima e adorei o resultado. Mesmo que tenha feito a asneira de usar a mesma tábua para tirar as sementes à malagueta e cortar o pão (resultando numa crosta bem picante, o que eu adoro mas que há quem cá em casa quem não aprecie). Para mais, para além de ser uma receita pensada para não ser cara, é também rápida e exige trabalho mínimo. É perfeito!



Ingredientes:

4 medalhões de pescada
¼ de chávena de salsa
Azeite, sal e pimenta
3 fatias de pão branco
1 laranja
1 malagueta vermelha fresca

  1. Tirar os medalhões do congelador pelo menos meia hora antes para irem descongelando. Aquecer o forno a 200ºC.
  2. Picar o pão em migalhas (esfarelhar à mão ou picar com picadora). Numa tijela misturar com salsa, sal, pimenta, a malagueta picada sem sementes e a raspa da laranja.
  3. Num tabuleiro coloca rum fio de azeite e duas colheres de sopa de sumo de laranja.
  4. Pincelar o peixe com azeite, polvilhar com pouco sal a parte que vai ficar para baixo e colocar no tabuleiro. Por cima colocar a mistura de pão, pressionando. Pincelar novamente com algum azeite.
  5. Levar ao forno, coberto com papel alumínio durante 10 minutos. Tirar o alumínio e deixar dourar cinco minutos.


É tão simples mas ficou tão bom! Pode ser servido com arroz ou com batatas cozidas ou no forno e com vegetais. Para quem quiser espreitar a receita original, há uma versão dela no site da Iglo.

Bom apetite!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Frango com Natas


...Ou como aproveitar as sobras de frango de churrasco.

Depois de dois almoços de frango de churrascos lá em casa conseguimos ainda continuar com sobras do dito frango. Ora repetir a mesma refeição pela terceira vez quase consecutiva já seria um exagero e por outro lado o frango já não era suficiente para um jantar de duas pessoas. Surgiu assim a necessidade de lhes dar um uso mais criativo .

Ingredientes:
1 tigela de frango de churrasco desfiado
200gr de cogumelos laminados
5 batatas cortadas em cubos
1 cebola pequena cortada em meias rodelas
azeite, sal, pimenta, noz moscada
100ml natas
100ml de molho bechamel
Queijo ralado ou em pó q.b.

  1. Fritar as batatas em óleo quente, até estarem cozinhadas mas sem deixar dourar muito. Escorrê-las em papel de cozinha e temperar com um pouco de sal.
  2. Entretanto numa frigideira com um pouco de óleo, saltear os cogumelos até perderem a água e temperá-los com um pouco de sal e pimenta.
  3. Num tabuleiro de ir ao forno colocar um fio de azeite e a cebola. Por cima dispôr o frango e os cogumelos e depois as batatas.
  4. Numa tigela misturar as natas e o molho bechamel, sal, pimenta e noz moscada. Deitar sobre as batatas e frango e polvilhar por cima com o queijo ralado.
  5. Levar ao forno aquecido durante 25-30 minutos para gratinar.

É uma adaptação da receita de Bacalhau com Natas mas com frango e cogumelos em vez do fiel amigo e é igualmente bom. Pode ser feito só com natas ou só com molho bechamel em vez de mistura de ambos. Para acompanhar assei no forno primeiro abóbora em cubos (20minutos) a quem depois juntei couves de Bruxelas cortadas ao meio (ambas mais vinte minutos) envoltas numa mistura de 2 colheres de sopa de molho inglês com 2 de azeite e uma colher de chá de açúcar amarelo.

Bom apetite!

Pão com chouriço



Não há certamente nada mais tipicamente português que um pão com chouriço acabadinho de sair do forno seguido duma tigela de caldo verde (bem, típico, típico seria chamar-lhe antes uma malga de caldo verde).

Acontece que fazer pão com chouriço até não é nada de complicado e descontando os tempos de levedura não demora sequer muito tempo. Mesmo o ideal para um fim de dia de domingo. No fundo, podem utilizar a receita de pão mais do vosso agrado e em vez de um pão grande, fazer vários mais pequenos recheados com as rodelas do chouriço.

A receita que eu segui é a mais simples de todas e o resultado foi muito agradável. O pão só não me pareceu tão rústico quanto o meu apetite me pedia e assim fiquei motivada para outras tentativas no futuro com outros tipos de massa. Para já tenho planos para tentar pão com mistura de trigo e centeio e para uma receita que encontrei de um pão ázimo com chouriço.


Ingredientes (5 pães):
500gr de farinha sem fermento
300ml de água tépida
20g de fermento de padeiro
1,5 colheres de chá de sal
1 chouriço corrente ou 3 linguiças, cortados em rodelas

  1. Dissolver o fermento na água tépida (cerca de 37ºC).
  2. Numa taça juntar a farinha e o sal e em seguida a água com o fermento. Misturar inicialmente om uma colher de pau e depois amassar com a batedeira alguns minutos até a amassa ficar homogénea, elástica e se despegar dos bordos.
  3. Tapar e deixar levedar até crescer para o dobro (entre 30min a 1h à temperatura ambiente ou no frigorífico durante a noite).
  4. Numa superfície enfarinhada, amassar ligeiramente a massa para retirar o ar. Tirar uma bola de massa de tamanho de uma mão, esticá-la num formato rectangular, cobrir com rodelas de chouriço e enrolá-la dando uma forma algo cilíndrica. Fazer o mesmo com a restante massa.
  5. Colocá-los num tabuleiro com papel vegetal e deixar levedar tapado mais 30 minutos.
  6. Levar ao forno aquecido a 200ºC durante 30 minutos ou até estar dourado a gosto.
Bom apetite.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Arroz de amêijoas com lula e chouriço


Já há algum tempo que me andava a apetecer arroz de amêijoas ou de berbigão. Foi finalmente esta semana que me decidi a fazê-lo.

Para este arroz há duas possibilidades: ou fazer as amêijoas e o arroz em separado, usando depois o molho das amêijoas para animar uma arroz branco ou fazer o arroz directamente no molho da amêijoas, que foi a opção que segui. Podem-se usar amêijoas com casca (ou uma parte com e outra sem casca), devendo-se nesse caso descarta as amêijoas que ao fim de cinco minutos não abram. Eu usei só sem casca, congeladas.


Ingredientes (2 pessoas):
150g de amêijoa sem casca
150g de lulas cortadas em tiras
2 linguiças ou 1 chouriço corrente
1/2 copo de vinho branco
2 chávenas de arroz
2 chávenas de água
1 cebola pequena
1 tomate esmagado
1/2 pimento picado
1 dente de alho
1 colher de chá de pimentão
1 colher de sopa de manjericão picado
Azeite. sal, pimenta
Salsa picada q.b.


  1. Aquecer o azeite num tacho e fritar a linguiça cortada em tiras durante 5 minutos. Reservar a linguiça.
  2. No azeite anterior fritar a cebola até amolecer e depois juntar o alho e fritar um minuto. Adicionar o pimento, o tomate e manjericão e cozinhar cinco minutos em lume médio.
  3. Adicionar o vinho, sal e pimenta, aumentar o lume até ferver. Juntar as amêijoas e as lulas, tapar e deixar cozinhar 5 minutos.
  4. Juntar a linguiça e a água e assim que levantar fervura adicionar o arroz. Deixar cozer tapado e em lume baixo durante 12 minutos. No fim desse tempo desligar e espera 5 minutos antes de abrir a tampa e mexer o arroz.
  5. Servir imediatamente, polvilhado com a salsa picada.
Para além do coloquei na receita, acrescentei alguns bróculos, totalmente facultativos ou substituíveis por outros vegetais, se quiserem.

Bom apetite!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Cogumelos Portobello Recheados


Os cogumelos Portobello são na realidade os comuns cogumelos brancos mas numa fase de maturidade do seu crescimento. Nesta fase distinguem-se pelo grande diâmetro, pela cor acastanhada e cheiro e sabor mais intensos e, como o seu chapéu é tão grande e aberto, são ideais para rechear. Nesse campo as opções de recheio são muitas, desde as estrictamente vegetarianas às mais carnívoras.

Estes são recheados com carne picada e vegetais e como fiz recheio em quantidade excedente, aproveitei ainda para rechear um tomate e ainda me sobrou para outra receita para o almoço de amanhã. Os cogumelos estavam óptimos. Já o tomate apesar de ter ficado bom, perdeu em comparação com uma outra receita que já fiz em tempos e que hei-de voltar a fazer para colocar aqui.




Ingredientes (as quantidades que usei foram um pouco diferentes, pelo que me sobrou bastante recheio):
4 cogumelos Portobello
200g de carne picada (usei metade porco, metade vitela)
1 colher de sopa de pão ralado
1 colher de sopa de queijo ralado (usei mistura de 4 queijos) + queijo para polvilhar por cima
1 courgette pequena (em pedaços pequenos)
1 cebola pequena picada
1 dente de alho
bróculos (cortados em pedaços pequenos, não usei quantidade definida... 50-100g talvez)
2 colheres de chá de manjericão picado
1 colher de chá de tomilho
Azeite, sal e pimenta

  1. Lavar os cogumelos com um pano húmido, cortar o pé e em seguida untá-los com azeite e colocá-los num tabuleiro untado com azeite, com a parte de baixo do chapéu para cima.
  2. Levar a carne picada ao lume médio-forte numa frigideira com um fio de azeite até ficar toda castanha. Reservar.
  3. Aquecer um pouco de azeite. Saltear a cebola picada e o dente de alho. Juntar os pés dos coumelos picados, a courgette e os bróculos cortados e deixar cozinhar 4-5 minutos. Juntar a carne, temperar com sal, pimenta, o tomilho e o manjericão. Deixar cozinhar mais 5 minutos.
  4. Tirar do lume e juntar o pão ralado e 1 colher de sopa de queijo ralado. Misturar e cobrir cada cogumelo com a mistura. Por cima pôr uma camada de queijo ralado.
  5. Colocar mais um fio de azeite por cima de cada um e levar ao forno aquecido a 175ºC durante 25 minutos, até o queijo dourar.
Foram servidos com arroz branco simples, para não colidir com o sabor intenso que os cogumelos por si só têm.

Bom apetite!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Robalo no Forno com Funcho


Para mim não há melhor maneira de se comer peixe que assado no forno, inteiro e em toda a sua glória. Por isso, é uma coisa que vai acontecendo com alguma frequência e as receitas de peixe assado vão aparecendo na Casa da Vidazinha.

Esta foi instigada pela teve compra recente de um saquinho de sementes de funcho e teve como ponto de partida uma receita do livro "Cook with Jamie" do Jamie Oliver mas com várias alterações. O funcho, com o seu sabor conhecido de toda a gente através dos rebuçados Dr. Bayard, combina maravilhosamente com peixe e citrinos, para além de ainda ajudar a aliviar más digestões. O que faz com que nos restaurantes indianos seja servido no final da refeição uma tacinha com sementes de funcho.






Ingredientes
2 Robalos
1 tomate
1 limão
1 cebola pequena
1 ramo de funcho
1 colher de chá de sementes de funcho
Azeite, sal, pimenta

  1. Depois do peixe arranjado,dar alguns traços transversais com a faca ao longo do dorso e de ambos os lados. Untá-los com azeite, sal e pimenta e colocar num tabuleiro de ir ao forno.
  2. Numa tijela misturar o tomate cortado em pedaços, fatias de limão fininhas, a cebola cortada em meia-lua, o funcho picado e um fio de azeite. Misturar tudo e depois esfregar o peixe com a mistura, colocando também uma boa quantidade no interior do peixe.
  3. Polvilhar com sementes de funcho, regar com mais um fio de azeite e levar ao forno a 200ºC durante 45 minutos. Se estiver a secar muito depressa, tapar com papel de alumínio alguns minutos. Deixar repousar 10 minutos antes de servir.
Bom apetite!

Couve de Bruxelas e Bróculos Assados com Maçã e Bacon



Nunca gostei de bróculos. E de couve de Bruxelas ainda menos! E até me admirava que houvesse alguém que gostasse delas. Mas hoje depois de ler o último post do The Bitten Word, onde a exortação a favor da Couve de Bruxelas vem acompanhada por esta receita, fiquei com uma grande vontade de dar uma oportunidade a este legume mal-amado. E já que ia dar segundas oportunidades, aproveitei para lhe acrescentar alguns bróculos.

Ultimamente tenho vindo a descobrir que para várias coisas que eu não gostava, apenas precisava de comê-las e cozinhá-las nos meus próprios termos e talvez no momento certo. E hoje mais uma vez gostei de comer estes dois vegetais com quem nunca havia "ido à bola".

As couves do The Bitten Word ficaram mais caramelizados por má escolha do recipiente pela minha parte. Idealmente os ingredientes devem ficar espalhados numa camada única ou então vai-se juntar algum líquido na base, atrasando a caramelização.

Ingredientes:
Couves de Bruxelas cortadas ao meio
Bróculos (cada pé cortado em pedaços)
Maçã (Golden, Gala, Fuji, ...) cortada em pedaços com casca
Bacon em tiras
Azeite, sal e pimenta

  1. Num tabuleiro juntar as couves, os bróculos, os pedaços de maçã e o bacon. Regar com azeite e temperar com sal e pimenta. Mexer tudo para distribuir bem os temperos.
  2. Levar ao forno a 200ºC, durante 15 minutos. Mexer para assarem por igual. Deixar assar mais 15-20 minutos para caramelizar.
Servi a acompanhar uns robalos assados (a receita há-de vir a seguir) juntamente com umas batatas assadas no forno.

Bom apetite! E dêem uma oportunidade às couves de Bruxelas!

domingo, 6 de dezembro de 2009

Pão de Chá


Uma receita de pão a pensar em tardes de domingo com chuva passadas em casa, com pouco trabalho, para que não seja perturbada a preguiça do fim-de-semana. A sua particularidade é a substituição da água simples por chá, podendo-se adaptar a receita a qualquer gosto particular, bastando para isso usem o vosso chá preferido.

O resultado é um pão muito fofo e com um sabor subtilmente diferente do simples pão branco, podendo na mesma ser utilizado para acompanhar comida salgada mas que é perfeito para barrar com manteiga ou doce e servir com o chá quentinho.

Ah e não se preocupem se não têm Máquina de Fazer Pão, eu também não. Com esta receita, breves minutos com a batedeira e o trabalho "pesado" fica feito. Pelo tamanho da explicação a seguir pode parecer que dá muito trabalho mas o tamanho deve-se apenas às dicas que fui acrescentando, no fundo são só 4 passos simples: misturar, levedar, levedar mais um pouco e forno.


Ingredientes:
500gr de farinha sem fermento
300ml de água
20g de fermento de padeiro
2 saquinhos de chá (Chá Verde com Mel, Limão e Ginseng e Chá Preto com Maçã e Canela foram os que já utlizei)
2 colher de sopa de azeite
1 colher de sopa de mel
1 colher de chá de sal


  1. Colocar os saquinhos de chá em 300ml de água, respeitando o tempo de infusão indicado pela embalagem (se quiserem que fique mais forte usem mais saquetas, em vez de aumentar o tempo de infusão). Deixar arrefecer até ficar tépido (à temperatura do corpo 30-37ºC é o ideal) e juntar o fermento de padeiro e mexer até dissolver.
  2. Numa tigela grande colocar a farinha e o sal. Fazer um buraco no meio e juntar o mel, azeite e o chá com o fermento. Misturar grosseiramente com uma espátula e em seguida bater com a batedeira (ganchos em espiral) durante alguns minutos até a massa ficar homogénea e formar uma bola que se despegue das paredes da tigela.
  3. Tapar e deixar a massa levedar durante 1hora ou até aumentar para o dobro do volume (hoje passada meia hora já estava o dobro, aos 40 minutos a massa continuava a crescer e foi quando voltei a trabalhar nela). Se a  tigela é grande podem deixar levedar aí directamente, senão untem muito levemente outro recipiente com azeite e mudem a massa para aí (eu usei um jarro porque sendo transparente e de paredes a direito, permitiu-me controlar melhor o crescimento.
  4. Retirar a massa do recipiente, colocá-la sobre uma superfície enfarinhada, amassá-la 1 ou 2 minutos e dar-lhe a forma que pretenderem (bola, cacete, oval, pãezinhos pequenos, etc). Colocar ou sobre papel vegetal ou numa forma (forrada a papel vegetal se necessário). Deixar repousar mais uma hora ou até crescer para o dobro.
  5. Polvilhar o topo do pão com farinha e com uma faca serrilhada dar alguns traços com 2-3cm de profundidade. Colocar no forno pré-aquecido a 200ºC e por baixo colocar um tabuleiro ou recipiente com água (o vapor da água vai ajudar a manter a crosta do pão flexível para que este cresça  o melhor possível nos primeiros minutos). Deixa cozer durante 30-40 minutos ou até que esteja castanho dourado (se baterem na base do pão e soar oco é porque o interior está cozido).
  6. Deixar arrefecer numa rede e está pronto.


Após meia-hora a levedar.

O fermento de padeiro vende-se em qualquer padaria (incluindo as padarias dos supermercados) e pode ser congelado (dividido em saquinhos de 20-22g) para que se conserve mais tempo. Para usar basta tirar do congelador para o frigorífico na noite anterior, se bem que já ouvi alguém dizer que usa directamente do congelador se problemas. Também se pode usar fermento seco (desde que seja fermento biológico, isto é levedura, e não fermento químico, que só serve para bolos) ou os pacotinhos de fermento fresco que se encontram geralmente na zona das massas frescas.


Ou é o fermento a ser dividido e embrulhado ou arranjei um trabalho mais rentável...!

Bom Apetite!

sábado, 5 de dezembro de 2009

Pita Shoarma Herege



Esta versão de Pita Shoarma é herege por dois motivos: o primeiro e mais óbvio é por ser feita com carne de porco, animal de má fama no médio oriente, lá para os lados donde nasceu a Pita. O segundo, menos religioso mas talvez até de maior influência sobre o sabor final, é não ser feito como manda a tradição, com a carne empilhada num grelhador rotativo e vertical.

É uma refeição muito rápida de preparar em casa (excluindo o tempo da marinada) e muito fácil também, podendo a montagem final da refeição ser feita já na mesa por cada um dos comensais. O seu sabor irá depender inteiramente da marinada da carne e do molho que a acompanhe, variando as receitas dos mesmos de país para país de origem, de versão para versão e sobretudo de gostos pessoais para gostos pessoais. Esta é a minha versão, de sabor intenso e um pouco picante.

Ingredientes
4 pitas
4 bifanas
Juliana de alface e cenoura

Marinada:
1 colher de sobremesa de alho em pó
1 colher de sobremesa de coentros picados secos (ou uma mancheia de frescos)
1 colher de chá de cominhos
1 colher de chá de açafrão
1 colher de chá de colorau
1 colher de chá de gengibre
1 colher de chá de mistura de cinco bagas (ou outra mistura de pimentas)
1 pitada de cravinho
1 pitada de canela
1 colher de sopa de sumo de limão
1 colher de sopa de azeite
1 cebola pequena picada

Molho de alho:
4 colheres de sopa de Maionese
1-2 dentes alho completamente esmagado (ou alho em pó qb)
1 raminho pequeno de salsa
Sumo de limão (gotas)
Água


  1. Numa tigela misturar todos os ingredientes da marinada e misturar bem, formando uma pasta.
  2. Cortar as bifanas em tiras fininhas, envolver com a pasta da marinada e guardar num recipiente no frigorífico de um dia para o outro. 
  3. Cozinhar a carne num grelhador de fogão ou num tabuleiro no forno, untado com um pouco de azeite a lume médio e virando de vez em quando para cozinhar bem de todos os lados.
  4. Entretanto preparar o molho de alho, juntando a maionese, o alho, a salsa picada e 3-4 gotas de limão. Misturar e ir juntando água até ter uma consistência mais fluída, a vosso gosto.
  5. Numa torradeira aquecer o pão pita 1 a 2 minutos, depois de se ter tirado o topo. Abrir o pão, colocar uma camada de juliana de alface e cenoura no fundo, depois uma camada de carne e um pouco de molho de alho. Repetir até encher a pita.
  6. Servir com batatas fritas e o resto do molho de alho (para servir de molho para as batatas).

Ficou bom, a única coisa que vou alterar para próxima é no molho de alho, no qual usei demasiado alho em pó... se bem que com os vampiros na moda, isso pode ter os seus benefícios.

E a foto podia estar melhor mas a pressa nessa noite era alguma.

Bom apetite!

domingo, 29 de novembro de 2009

Omeleta Outonal


É fim-de-semana e a ninguém cá em casa apetece fazer o jantar. A solução acaba quase sempre por ser eliminar o problema de raiz e em vez de jantar há um lanche tardio e sobrevalorizado e pequenas ceias ao longo do serão.

Nestes dias uma das coisas que costuma passar no teste do rápido e simples o suficiente para mal contar como cozinhar são as omeletas e os ovos mexidos. E neste fim-de-semana a omeleta ganhou e tomou forma com um recheio que para mim é outonal, com o zuchini e os cogumelos como nota principal.

Ingredientes:

2 ovos médios
1colher de sopa de leite (ou água)
cogumelos fatiados
zucchini cortado em pedaços pequenos
bacon em tiras
cebola roxa em tiras
alho picado
sal, pimenta, pimentão doce, tomilho

  1. Numa frigideira saltear num pouco de manteiga ou azeite os cogumelos, cebola, bacon e zucchini , temperados com sal, pimenta, pimentão doce e alho, até os cogumelos ficarem cozidos. Reservar.
  2. Numa tijela juntar os ovos, o leite, um pouco de pimenta e o tomilho e bater bem. Enquanto isso aquecer um pouco de margarina numa frigideira anti-aderente e quando estiver bem quente juntar os ovos batidos.
  3. Com uma espátula empurrar cuidadosamente para o centro os bordos que começam a coagular, para que a porção liquida escorra para a frigideira.
  4. Quando a face superior não está ainda totalmente cozida mas já sólida o suficiente para não escorrer quando se inclina a fridideira, colocar o recheio em metade da omelete. Deixar cozinhar mais um minuto e levantando-a cuidadosamente com a espátula dobrar a metade vazia sobre a metade com recheio.
  5. Suavemente deslizar a omelete para um prato e servir.
Não coloquei quantidades nos ingredientes do recheio porque me parece que isso deve ficar ao gosto de cada qual (e também porque não usei quantidades definidas mas sim um bocadinho disto e um bocadinho daquilo...). Experimentem variar também nos ingredientes, pondo os vossos preferidos, assim como nos temperos e ervas aromáticas.

Bom apetite!

    sábado, 28 de novembro de 2009

    Panna Cotta de Iogurte com Geleia

    Certamente uma das mais rápidas e simples sobremesas mas plena de possibilidades e variações. Panna Cotta é uma receita de origem italiana e o seu nome quer dizer literalmente Nata Cozida, sendo esse o passo essencial e transversal a todas as Panna Cottas. A partir daí pode variar na inclusão de leite, iogurte, buttermilk, nata light e na proporção entre eles, na quantidade de açúcar, na inclusão de outros sabores, aromas ou especiarias, no acompanhamento ou não com compotas, geleias ou caldas, na apresentação desenformada ou em taça, ...enfim, um mundo de possibilidades a explorar.

    Esta versão surgiu-me por necessidade de utilizar duas embalagens de iogurte que teimavam em permanecer no meu frigorífico. Pensei em fazer um pouco de compota de maçã para acompanhar mas ocorreu-me a existência na despensa de um grande frasco de geleia de marmelo que veio de Amarante há algum tempo atrás e resolvi dar-lhe uso.


    Ingredientes:
    200ml de natas
    2 iogurtes (naturais ou de aromas à escolha)
    2 colheres de açúcar (mais se os iogurtes forem não açucarados)
    1/2 colher de açúcar baunilhado (ou algumas gotas de essência de baunilha)
    2 folhas de gelatina (ou 3 se quiserem servir desenformado)
    Geleia de marmelo (ou uma compota à escolha)

    1.  Colocar as folhas de gelatina de molho em água fria durante 5 minutos.
    2. Num tacho colocar as natas e o açúcar ao lume, mexer para dissolver o açúcar e deixar levantar fervura.
    3. Desligar o lume e juntar as folhas de gelatina. Mexer para dissolver e deixar arrefecer um pouco.
    4. Juntar ao iogurte e distribuir pelas taças.
    5. Levar ao frigorífico no mínimo 2 horas (aguenta bem 2 ou 3 dias).
    6. Antes de servir colocar a geleia ou compota no topo ou desenformar e regar com a geleia.
    Esta versão, utilizando as duas embalagens de iogurte que tinha no frigorífico (que eram de Tutti Frutti), deu para 3 taças grandinhas e sabia notoriamente ao iogurte, o que variará consoante a proporção de natas/iogurte que se utilize, podendo esta ser invertida sem qualquer problema.

    Bom apetite!

    terça-feira, 24 de novembro de 2009

    Salada de Beterraba e Pêra com Queijo



    No meu último aniversário recebi como prenda um dos livros do Jamie Oliver, "Cook with Jamie", que desde então tem sido o meu livro de cabeceira. Tem muitos truques e conselhos, tem secções muito interessantes, como a dedicada aos vegetais e tem receitas com muito bom aspecto sem serem extravagantes e trabalhosas em excesso. Os textos que introduzem cada secção e cada receita transmitem o mesmo entusiasmo que o autor mostra nos programas de TV e fazem com que o livro se torne não só um livro de consulta mas mesmo de leitura.

    Até agora, que ainda passou pouco tempo, já fiz algumas receitas e correram bem. Esta vai ser a primeira que vou colocar aqui no blog e até agora das poucas que fiz foi a que mais gostei. Os sabores combinados da beterraba e pêra funcionam na perfeição, o queijo dá-lhe o toque especial, o tempero unifica tudo e no fim temos uma salada que alegra uma refeição simples (no meu caso churrasco) e que com as suas cores lindíssimas alegra também a vista.

    Ingredientes:

    2 beterrabas médias
    1 pêra
    1 queijo de cabra, misto ou feta (eu usei Queijo Saloio Mix)
    3 colheres de azeite
    1 colher de sumo de limão
    sal, pimenta e hortelã (esta última não usei porque no momento não tinha)

    1. Cortar a beterraba e a pêra em ripas e misturá-las numa taça.
    2. Numa tijela juntar o azeite e limão e misturar com a batedeira manual. Adicionar sal, pimenta e a hortelã. Juntar à mistura de pêra e beterraba.
    3. Partir o queijo em pedaços e misturá-los com a salada, guardando alguns para colocar no topo.

    Bom apetite!

    segunda-feira, 23 de novembro de 2009

    Chocolate quente para tarde de Outono


    O Outono este ano demorou a chegar, mas agora que já cá está, pousou as malas, descalçou os sapatos e instalou-se como se o mundo fosse um velho e confortável sofá. A nós só nos resta seguir-lhe o exemplo e, enquanto lá fora cai de um céu cinzento uma chuva miúda e fria, aninharmo-nos no sofá e procurar conforto numa bebida quente e doce.

    E que melhor para isso que uma chávena de chocolate quente, suave como veludo, escuro e espesso, a prometer um caminho curto para o Inferno, um pecado a meio caminho entre a gula e a lúxuria? Talvez apenas uma chávena de chocolate quente acompanhada de tostas de canela e açúcar.

    Ingredientes:
    150g de chocolate de culinária (70% de cacau)
    100g de chocolate de leite (30-40% de cacau)
    1 lata de leite evaporado
    400ml de leite meio gordo
    1 pitada de sal
    1/2 colher de chá de canela

    1. Num fervedor levar ao lume os chocolate, o leite meio gordo e o sal, sem deixar ferver e mexendo até o chocolate derreter.
    2. Juntar o leite evaporado e a canela e bater com uma batedeira manual até estar bem quente e suave. Servir quente.
    Esta quantidade dá para cerca de 4 pessoas (pelo menos) e o que sobrar pode ser guardado no frigorífico durnate alguns dias e reaquecido quando necessário.

    Bom apetite!

    domingo, 22 de novembro de 2009

    Caril de Camarão


    O caril é uma mistura de especiaria originária da Índia mas que ao longo do tempo se tornou comum e natural em todo o sul da Ásia e mais recentemente em todo o mundo. Não há uma receita definida para a mistura de especiarias, podendo ter até mais de 60 constituintes, variando esta composição com a região asiática em questão e com as suas plantas e gostos locais. Tradicionalmente na Índia é preparado sobretudo a partir de especiarias secas e em pó enquanto por exemplo na Tailândia é usado sobretudo na forma de pastas que variam na intensidade do seu picante, feitas a partir de condimentos frescos.

    As pastas de caril tailândes, tal como o pó de caril indiano, podem em vários sítios serem compradas já feitas e usadas directamente na realização do prato, o que facilita o trabalho e a procura de ingredientes pouco comuns. Quando pensei em fazer caril, ia fazê-lo com pasta de caril vermelho tailândes. Mas descobri que já só me restava um resto, uma colher de chá mal cheia, o que era claramente insuficiente. Assim acabou por ser em parte tailândês, em parte indiano e em parte "criatividade" minha. No entanto a receita que aqui deixo vai ser só com o caril indiano, que é mais fácil de encontrar do que o tailândes.

    Ingredientes (2 pessoas):

    400g camarão médio
    1 cebola picada
    1 tomate pelado, sem sementes
    1 maçã descascada, descaroçada e picada
    300ml de leite de côco
    2 dentes de alho
    1 malagueta (eu gosto do meu extra-picante, a doer, por isso pus mais)
    1 colher de sopa de caril em pó

    1 colher de café de mistura de 5 bagas moída (mistura de pimentas + sementes de coentro)

    2 folhas de erva-príncipe (erva-limeira)

    coentros
    sumo de lima ou limão

    1. Num almofariz juntar o alho, o caril, a malagueta picada, a mistura de 5 bagas, algumas hastes de coentro e umas gotas de sumo de lima. Esmagar tudo bem, formando uma pasta. Se quiser pode provar um pouco da pasta para ver seu nível de picante. Se estiver pouco picante pode-se juntar já mais pimenta branca.
    2. Num frigideira ou wok aquecer um pouco de óleo e juntar a cebola. Quando estiver translúcida juntar as folhas de erva-prícipe e a pasta de caril, envolvendo a cebola nela, até começar a libertar a sua fragância. Juntar depois a maçã e quando esta começar a desfazer juntar o tomate esmagado ou em pedaços. Cozinhar 3-4 minutos mexendo bem, para ir desfazendo algum pedaço maior.
    3. Juntar o leite de côco e deixar ferver 3-4 minutos. Provar para verificar nível de picante, se estiver pouco, juntar mais pimenta branca moída.
    4. Adicionar os camarões e deixar cozinhar até ficarem rosados. Desligar o lume, retirar as folhas de erva-prícipe e polvilhar com coentros picados. Servir com arroz branco, de preferência basmati.

    Bom apetite!

    sexta-feira, 20 de novembro de 2009

    Bifanas recheadas com Alheira, Maçã e Espinafre

    Para a última alheira das que me ofereceram, pensei em aligeirá-la com o doce da maçã e o verde do espinafre, criando um recheio que tanto poderia servir para bifes de peru, lombo de porco ou, como foi aqui o caso, umas belas bifanas de porco.

    E pronto, por agora acabaram as receitas com alheira mas um dia desconfio que a elas voltarei.


    Ingredientes para 2 pessoas:

    1 alheira grande ou 2 pequenas
    1 maçã descascada, descaroçada e picada
    4 bifanas
    1 cebola picada
    1 dente de alho picado
    1 molho de espinafres
    azeite, sal, pimenta, noz moscada
    2 colheres de licor Drambuie, licor de mel ou rum

    1. Cozer os espinafres em água com muito pouco sal no microondas durante 5 minutos. Escorrê-los bem.
    2. Entretanto numa frigideira aquecer um fio de azeite e juntar a cebola e o alho. Quando a cebola estiver translúcida, juntar a alheira sem pele e separada em pedaços. Deixar fritar 3 minutos e juntar a maçã e uma pitada de noz moscada. Misturar bem e manter ao lume até a maçã cozer e começar a desfazer-se.
    3. Espalmar as bifanas e temperar com pimenta e um pouco de sal (pouco que a alheira já tem sal). Espalhar uma camada de espinafres em cada uma e por cima o preparado da alheira com maçã. Enrolar cuidadosamente.
    4. Deitar um pouco de azeite numa assadeira e colocar as bifanas enroladas com a ponta do rolo em baixo. Deitar mais um fio de azeite por cima, tapar bem com alumínio de levar ao forno a 200ºC durante 15 minutos. A fim deste tempo retirar o alumínio, regar com duas colheres de licor e deixar assar por mais 20-25 minutos, regando com o molho da assadeira de 10 em 10 minutos para não secar demasiado.

    Bom apetite!

    segunda-feira, 16 de novembro de 2009

    Tiramisù


     O bom deste doce italiano é que derrete na nossa boca fundindo os paladares um pouco amargos do café, cacau e chocolate preto com o doce leve do creme de mascarpone e misturando as texturas tão diversas da bolacha humedecida, do chocolate denso e do creme suave.

    Há cinco anos atrás, no meu estágio de curso, a Bárbara, uma outra estagiária italiana a fazer Erasmus na minha faculdade passou-me a sua receita de Tiramisù, que guardei como uma preciosidade. Para esta ocasião houve que adaptar um pouco as quantidades para poder servir 8 pessoas. Uma outra alteração foi a opção pelo cacau em vez das raspas de chocolate: é muito mais fácil polvilhar o cacau directamente da embalagem em vez de ter o trabalho de raspar uma tablete inteira e no final a humidade acaba por molhar o cacau, dando-lhe outra voluptuosidade na cor e na textura. Por outro lado, para não ter saudades de sentir aqui e ali aquelas raspas um pouco maiores a quem o nome de pedaços já não fica mal, parti grosseiramente uns quadrados de chocolate negro para distribuir espaçadamente por cima do cacau.

    Aqui fica a receita.


    Ingredientes:
    300g de palitos La Reine
    500g de mascarpone
    5 colheres de açúcar
    5 ovos
    +/- 500ml de café forte morno
    cacau em pó q.b.
    6 a 8 quadrados de chocolate negro (70% cacau) cortado grosseiramente (ou 1 pacote de pepitas de chocolate)


    1. Numa tijela bater as gemas com o açúcar até formar uma massa homogénea com alguma espuma. Juntar o mascarpone e homogeneizar.
    2. Bater as claras em castelo firme e juntá-las ao preparado anterior. Envolver suavemente com uma espátula.
    3. Colocar o café numa taça onde caiba o comprimento de um palito La Reine. Mergulhar um a um no café, virando dos dois lados, por breves segundos (se se deixar tempo demais, vão-se partir). Ir forrando com eles o fundo de um piréx rectângular (o que usei tem à volta de 30x20cm). Cobri-los com uma camada de creme de mascarpone e alisá-la. Polvilhar com cacau em pó e algumas pepitas de chocolate.
    4. Colocar nova camada de palitos embebidos em café, creme e terminar com o cacau e pepitas de chocolate.
    5. Refrigerar pelo menos 2 horas para a humidade se distribuir e os sabores se misturarem.

    Numa última nota: é também tradicional mas não obrigatório incluir um pouco de Licor Marsala (ou outro licor ou mesmo vinho do Porto) no creme de mascarpone. Eu não aprecio portanto não o adicionei mas quem gostar é experimentar.

    E pronto, é simples e delicioso. Bom apetite!



    quinta-feira, 12 de novembro de 2009

    Tarte de Abóbora


    Como prometido lá me resolvi a fazer uma tarte de abóbora com uma parte da abóbora-menina que me deram e que congelei. A receita é uma compilação de várias receitas e não é muito, muito doce, já que eu não gosto de sobremesas enjoativas. Os mais gulosos terão de pôr mais açucar ou usar leite condensado.

    Ingredientes:
    1 pacote de massa quebrada
    2 chávenas de abóbora menina cortada em cubos
    1 chávena e meia de leite evaporado
    1/3 chávena de açúcar mascavado (pode-se pôr mais ou substituir por mel, conforme o gosto pessoal)
    2 ovos ligeiramente batidos
    1 colher de chá de canela
    1 pitada de noz moscada
    1 pitada de gengibre
    1 pitada de pimenta da Jamaica (opcional, eu talvez não volte a utilizar quando repetir a receita)
    70g de açúcar

    1. Aquecer o forno a 200ºC. Colocar a abóbora num tabuleiro, cobrir bem com papel vegetal ou de alumínio (para que não seque) e levar ao forno 30-40 minutos até ficar bem macia.
    2. Retirar o pacote de massa quebrada do frigorífico, colocando-o à temperatura ambiente.
    3. Liquifazer a abóbora (no passe-vite, liquidificar ou com varinha mágica) e numa tijela juntá-la aos ovos, leite evaporado, açúcar mascavado e especiarias. Homogeneizar bem.
    4. Colocar a massa quebrada na tarteira com o papel vegetal por baixo. Picá-la com um garfo várias vezes e adicionar o recheio de abóbora. Levar ao forno a 180ºC durante cerca de 30 a 40 minutos.
    5. Arrefecer no frigorífico entre 2 a 24h e retirar 20 minutos antes de servir. Numa frigideira colocar o açúcar e derreter ao lume, abanando a frigideira para que derreta por igual. Baixar o lume e deixar cozinhar por 5 minutos mexendo. Cobrir a tarte com o caramelo em fios e servir iemdiatamente. (Se passar algum tempo o caramelo derrete novamente, o que não deixa igualmente de saber bem).

    Bom apetite!

    quarta-feira, 11 de novembro de 2009

    Brás de Alheira e Alho Francês


    Ofereceram-me recentemente algumas alheiras. Fiz com duas delas o óbvio, fritei-as e depois pus-me a pensar no que haveria de fazer com as outras. No site www.sabores.sapo.pt encontrei uma receita de Alheira à Brás que me chamou a atenção. No entanto como a alheira tem para mim um sabor demasiado pesado, pensei em aligeirá-lo com algum legume, como o alho francês já antes o havia cozinhado em Brás e havia funcionado bem, foi o escolhido.

    Agora ainda me sobram algumas alheiras e ainda não descobri que mais vou fazer com elas. Se alguém tiver sugestões, é dizer.

    Ingredientes:
    1 alheira
    1 alho francês cortado em tiras
    1 cebola cortada em meia lua
    1 dente de alho picado
    150g de batata palha
    2 ovos
    pimenta e azeite (não será necessário sal, por causa do sal da batata palha e da alheira)
    salsa picada

    1. Numa frigideira aquecer azeite e juntar a cebola e o alho picado. Quando a cebola amolecer juntar o alho francês. Deixar cozinhar alguns minutos.
    2. Tirar a pele à alheira e separá-la em pedaços. Juntar ao refogado quando o alho francês começar a amolecer. Deixar fritar alguns minutos e depois juntar a batata palha.
    3. Numa tigela bater os ovos e temperar com pimenta. Adicionar na frigideira e mexer para envolver bem, até o ovo cozinhar. Desligar o lume e adicionar a salsa picada.
    Bom apetite.

    sexta-feira, 6 de novembro de 2009

    Dourada no Forno com Sweet Chili e Lima




    A cozinha asiática está cheia de sabores e molhos fantásticos. Um deles, o Sweet Chili, junta o agridoce e o picante que tanto me agradam e combina perfeitamente com peixes e frutos do mar. Já o havia experimentado com lombos de peixe anteriormente mas desta vez decidi usá-lo em peixe inteiro assado no forno que é outra coisa que me faz água na boca).

    O molho não se consegue arranjar em todos os supermercados e hipermercados assim como é o caso do molho de peixe, por isso o meu conselho é assim que o virem à venda deitarem-lhe a mão e comprar para ter na dispensa, já que se conserva bem. Os meus vieram duma daquelas semanas temáticas do Lidl dedicada à culinária da Tailândia. A erva-príncipe ou erva-limeira veio da secção de ervas aromáticas frescas do Modelo. O óleo de Sésamo veio da loja O Celeiro.

    Como nós portugueses estamos em 3º lugar na lista de consumo de peixe per capita, fica então uma receita para variar um pouco e alegrar o palato.


    Ingredientes:
    Dourada
    2 colheres de sopa de molho Sweet Chili
    2 colheres de sopa de molho de peixe (não encontrei ainda e assim usei molho Pad Thai, que tem molho de peixe e mais alguns condimentos)
    raspa de 1 lima
    sumo de meia lima
    dois dentes de alho picados
    gengibre
    sal e pimenta
    erva principe
    1 colher de sopa de óleo de sésamo

    1. Amanhar e dar dois golpes fundos de cada lado do peixe. Temperar com sal e pimenta.
    2. Numa tijela juntar os molhos, o alho, gengibre, lima, erva príncipe e o óleo.
    3. Num tabuleiro de ir ao forno, colocar o peixe e cobrir com molho, não esquecendo os golpes e a barriga. Virar ao contrário e fazer o mesmo do outro lado.
    4. Selar com papel de alumínio e levar ao forno previamente aquecido durante 25 minutos. Destapar e deixar cozinhar mais 5 minutos.

    Bom apetite!

    domingo, 1 de novembro de 2009

    Enroladinhos de Mortadela e Queijo






    Desde o fim-de-semana passado está a decorrer na Amadora o mais conhecido Festival de Banda Desenhada nacional. São três semanas de exposições, autógrafos e outras animações, com particular relevo nos fins de semana. Eu e o meu "sócio" vamos estar lá nos três fins de semana com a nossa loja de BD, a Asa Negra Comics.

    Já não é o primeiro ano e em termos de comidas já sei que são três fins-de-semana pra esquecer. Sem tempo quase pra comer a sério, passam-se os dias à base de pregos das colectividades e croissants do bar do festival. Mas este ano o festival trocou-nos as voltas e não tem bar. O que é uma chatice e me levou a pensar que seria bom fazer qualquer coisa pra levar e ir-se comendo no festival.

    Depois de ver várias receitas de pão recheado, umas mais fáceis que outras, acabei por engraçar com uma do blog Já Pode Casar. A minha experiência, única até agora, com pães enrolados (doces, recheados com manga) não correu a 100% e tinha ficado com a certeza de que tinha de voltar a tentar e desta vez correram muito bem: a massa saiu bem e é resistente (cozinhei-os na sexta e continuam a comer-se bem) e o recheio é agradável. É uma equipa vencedora. Fica então aqui a minha versão adaptada, com mortadela em vez de fiambre, para lhe dar um sabor um pouco mais intenso.



    Ingredientes:
    660g de farinha sem fermento
    220ml de leite morno
    3 ovos
    1 colher de sopa de açúcar
    1 tablete de fermento de padeiro (25g)
    1 colher de chá de sal
    100g de margarina vaqueiro

    Queijo fatiado (usei Gouda)
    Mortadela fatiada
    Margarina de barrar
    Leite para pincelar

    1. Dissolver o fermento no leite morno. Juntar os ovos, açúcar, sal e margarina e bater tudo até homogeneizar. 
    2. Colocar a farinha num recipiente e abrir um buraco no meio, onde se junta a mistura anterior. Com a batedeira com as varas espirais, amassar até que fique lisa e macia. Cobrir com um pano de deixar levedar até dobrar o volume (cerca de 40 minutos).
    3. Dividir a massa em duas bolas. Numa superfície enfarinhada, esticar cada uma delas em forma rectangular e barrar com manteiga. Colocar as fatias de queijo e mortadela, com camadas duplas de mortadela para os mais gulosos. Enrolar como uma torta e cortar fatias de 5-6cm que se colocam deitadas numa forma untada e enfarinhada. Deixar levedar mais 30 minutos.
    4. Pincelar com o leite e levar ao forno pré-aquecido a 180º durante 20 a 30 minutos até dourar.

    Bom apetite!

    quinta-feira, 29 de outubro de 2009

    Lasagna di mare

    No universo de refeições congeladas existentes nos supermercados, uma que estava entre as minhas predilectas era a Lasagna di Mare da Marca Pingo Doce. Infelizmente há alguns anos deixou de ser comercializada, para grande pena minha. Hoje no caminho para casa, enquanto pensava no que havia de fazer para o jantar, surgiu-me a vontade de voltar a comê-la. Não havendo a versão congelada pré-fabricada, houve que criar uma versão caseira, aproveitando o que havia disponível cá por casa.


    No final a experiência correu bem e ainda que não seja exactamente igual, ficou bastante boa.

    Lasanha di mare

    Ingredientes
    6 placas de lasanha
    200g de miolo de camarão
    1 lata de atum
    4 delícias do mar
    200ml de polpa de tomate
    1 cebola picada
    2 dentes de alho
    sal, pimenta, coentros, pimentão doce, azeite
    1 talo pequeno de aipo (opcional)
    150g de cenoura ralada (opcional)
    1colher de sopa bem cheia de farinha
    1colher de chá de maisena
    50g de margarina vaqueiro
    5 colheres de sopa de leite
    Queijo parmesão ralado

    1. Cozer o miolo de camarão em água com um pouco de sal. Reservar a água de cozedura.
    2. Aquecer azeite numa frigideira e alourar a cebola. Juntar o alho e depois a cenoura ralada. Tapar para deixar suar em lume baixo até a cenoura amolecer.
    3. Entretanto num tacho aquecer a polpa de tomate e um copo da água de cozedura do camarão. Temperar com pimenta, pimentão doce e aipo picado muito miudinho. Deixar ferver. Juntar a cenoura com a cebola e os coentros e deixar cozinha mais alguns minutos, juntando mais água se for necessário.
    4. Entretanto preparar o molho branco, começando por derreter a manteiga no microondas. Numa frigideira anti-aderente aquecer a farinha e a maisena em lume mínimo até começarem a dourar ligeiramente. Juntar a manteiga derretida e mexer bem para dissolver. Juntar o leite, mexendo muito bem e depois pouco a pouco ir juntando água da cozedura do camarão ate obter um molho esbranquiçado e cremoso, mais para o líquido do que para o sólido (já que no forno vai acabar por secar um pouco mais). Para não criar grumos o que eu faço é ir retirando do lume conforme necessário para ter tempo de dissolver bem a farinha cada vez que junto mais líquido.
    5. Untar o fundo dum recipiente para o forno com manteiga. Colocar duas placas de massa lado a lado e por cima colocar atum, camarão e delícias do mar. Cobrir com o molho de tomate e cenoura, depois com o molho branco e polvilhar com parmesão. Repetir as camadas, até ter 3 placas de lasanha terminando com o molho branco e parmesão. Molhar bem todos os cantos das placas com o molho de tomate.
    6. Levar ao forno aquecido, coberto com papel de alumínio durante 25 minutos. Retirar o alumínio e deixar gratinar mais 5 minutos.

    A cenoura pode ser eliminada ou substituída por outro vegetal como o espinafre ou o alho francês. Eu tinha cá no frigorífico cenoura já ralada e precisava de utilizá-la. Em vez do aipo o molho de tomate também deveria ficar bem com funcho, que geralmente combina bem com peixe.

    Bom apetite!

    sexta-feira, 23 de outubro de 2009

    Costeletas com molho de sálvia e Couscous com abóbora


    Chegou finalmente o Outono (não o do calendário e sim o verdadeiro, aquele que está lá fora) e com ele chegaram as abóboras e os marmelos. Infelizmente (para o controlo da minha gula) abriu assim a temporada dos doces, compotas e marmeladas.

    Entretanto deram-me no trabalho (sai um agradecimento para a Rute, obrigado) uma bela abóbora-menina comprida e torcida, quase a jeito para se transportar ao pescoço como um estranho cachecol laranja. Já lhe ando a fazer muitos planos, não de doce de abóbora que já toda a gente anda por aqui a fazer, mas de tarte e de papas de abóbora! Não tardarão.

    Mas por agora ocorreu-me que para além da minha predilecta sopa de abóbora, nunca foi hábito na minha família utilizar a abóbora na comida fora do campo das sobremesas e compotas. E se adoro a sopa e as papas, porque não haveria de gostar de a comer noutras situações? Portanto mãos à obra, que o estômago já chama!

    Ingredientes:

    Abóbora-menina cortada em cubos
    Cebola roxa
    1 colher de chá de açúcar amarelo
    2 dentes de alho cortados ao meio
    Sal, pimenta, azeite
    Couscous
    Queijo gorgonzola (partido em pedaços pequenos; pode utilizar outro queijo azul ou queijo de cabra)

    Costeletas de porco
    Folhas frescas de sálvia
    50g de manteiga
    Sal, pimenta, alho

    1. Colocar os cubos de abóbora num recipiente para ir ao forno. Temperar com sal e pimenta, juntar os alhos e o açúcar amarelo e regar com azeite. Mexer bem para cobrir toda a abóbora. Levar ao forno durante 30 minutos ou até dourar. Mexer algumas vezes a meio para dourar uniformemente.
    2. Enquanto a abóbora assa, pôr a grelhar as costoletas temperadas com sal, pimenta e alho. 
    3. Numa frigideira anti-aderente colocar um pouco de azeite e aquecer em lume média, juntar a cebola roxa cortada em tiras e reduzir o lume ao mínimo. Deixar fritar, mexendo com frequência, até a cebola ficar um pouco acastanhada.
    4. Noutra frigideira antiaderente, derreter a manteiga em lume médio, reduzir o lume para o mínimo e juntar as folhas de sálvia. Deixar fritar alguns minutos. Guardar em sítio quente.
    5. Por fim, preparar o couscous conforme as indicações do pacote: geralmente juntar quantidade igual de couscous e de água a ferver, com um pouco de azeite e uma pitada de sal. Deixar repousar 4 minutos e mexer com um garfo para separar os grãos. Juntar a abóbora e a cebola e mexer. Quando se servir juntar o queijo. Acompanhar com as costoletas cobertas com o molho de sálvia.
    Parece muito trabalho mas não é, foi feito numa noite de tempo contado e levou uma hora mais ou menos certa a fazê-lo, comê-lo e arrumar a cozinha no final.

    quarta-feira, 21 de outubro de 2009

    Lombos de Bacalhau Enrolados e Salada com Toranja





    Continuando a experimentar receitas que apregoem não ocupar mais de 15-30 minutos e para aproveitar um bacalhau que me foi dado, resolvi experimentar uma receita do site da Martha Stewart. A receita original usava lombos de bacalhau fresco, o que torna a receita mais rápida, eliminando a necessidade de cozer o peixe primeiro. Foi essa a maior alteração que fiz à receita: como usei o nosso bacalhau de conserva demolhado, houve que cozinhá-lo primeiro. A receita pode ainda ser feita com qualquer outro peixe branco e firme.

    De resto para a salada, a alteração que recomendo em relação ao original é reduzir a mustarda, que para o meu gosto deixa um sabor muito forte usurpando o espaço dos outros sabores do tempero.

    Para acompanhar e já que a salada já tem um sabor intenso, foram umas simples batatas cozidas e temperadas apenas com um pouco de sal, louro e alecrim na água de cozedura.

    Bacalhau enrolado:

    Ingredientes:
    Lombos de bacalhau sem espinhas
    Fatias de bacon (são melhores não muito fininhas e mais compridas)
    sal, pimenta, azeite, louro

    1. Cozer o bacalhau com um pouco de sal e louro.
    2. Temperar os lombos com um pouco de pimenta e enrolá-los nas fatias de bacon. Se forem compridos, usar mais que uma fatia por pedaço.
    3. Fritar numa frigideira com um pouco de azeite, com o lado das pontas para baixo. Deixar tostar o bacon e virar para tostar do outro lado.

    Salada com Toranja

    Ingredientes:

    Alface frisada
    1 toranja
    1,5 colher de chá de mel
    1/2 colher de chá de mustarda de Dijon
    1 colher de sopa de vinagre
    3 colheres de sopa de azeite

    1. Numa tijela juntar o mel, a mustarda e o vinagre e homogeneizar. Espremer (moderadamente) a toranja e juntar o sumo. Por fim, juntar o azeite e mexer energicamente.
    2. Numa taça colocar a alface. Juntar a polpa de toranja (sem as membranas que separam cada gomo).
    3. Temperar com o molho.

    sexta-feira, 16 de outubro de 2009

    Um dia de pão



    Há pouco tempo atrás li uma frase que dizia que uma casa não é um lar até que nela se faça pão. A minha é agora oficialmente um lar.

    O mote foi dado por um evento da esfera dos blogs: World Bread Day, cuja edição de 2009, a quarta, se realiza exactamente hoje. Podem saber mais aqui. Hoje é um dia para se amassar pão, cozer pão, comprar pão, comer pão e falar sobre ele. E eu quis experimentar.

    Como já devem ter percebido, gosto de mel. Não tanto de o comer assim simples mas gosto de mel incorporado noutras receitas e assim decidi fazer um pão de mel. Mas não queria fazer um pão que parecesse mais um bolo do que propriamente pão. Descobri aqui a receita ideal para a minha vontade e para o que tinha em casa: um pão branco ligeiramente doce e macio. Fácil de fazer, não precisa de muito tempo a levedar e no final é óptima a sensação de cortar uma fatia dum pão quentinho que veio do nosso próprio forno. Soube-me divinamente com um pouco de queijo atabafado e cebolinho. Que maravilha!


    Pão branco de leite e mel
    Ingredientes

    10g de fermento de padeiro
    2 chávenas de leite morno
    1/3 chávena de mel
    1/4 chávena de manteiga derretida
    2 colheres de chá de sal (eu pus só uma porque gosto da comida com pouco sal)
    4 chávenas de farinha sem fermento

    1. Numa taça grande dissolver o fermento no leite morno. Juntar o sal, a manteiga, o mel e 2 chávenas de farinha. Misturar bem e juntar o resto da farinha até formar uma bola macia.
    2. Colocar sobre uma superfície enfarinhada e amassar até a massa ficar elástica e suave (6-8minutos).
    3. Untar uma taça com manteiga e colocar a massa, virando-a uma vez para ficar com gordura de ambos os lados. Tapar e deixar levedar durante uma hora até crescer para o dobro.
    4. Colocar numa forma tipo bolo inglês e deixar levedar mais 30 minutos. E, seguida levar ao forno a 180ºC, por 30-35 minutos, até ficar castanho dourado. Tirar da forma e deixar arefecer numa rede.

    Bom apetite!

    quinta-feira, 15 de outubro de 2009

    Truta no forno em cama de vegetais




    Adoro peixe. E para mim a melhor maneira de comer peixe, é assadinho no forno. E se bem que com uma salada a acompanhar não fique nada mal, não há nada melhor que uma bela mistura de vegetais assados. E já que o forno está ligado aproveita-se o quentinho e assam-se também uma batatas para servir de companhia aos vegetais.

    Ingredientes

    Truta
    Sal, pimenta e azeite
    Alecrim
    Lima

    Repolho em juliana
    Cenoura em juliana
    Courgete
    Tomate
    Cebola
    Alho francês

    Batatas
    Caldo de galinha
    Alho em pó (ou alho picado)

    1. Aquecer o forno. Num tabuleiro colocar um pouco de azeite e as batatas descascadas e cortadas em quartos. Adicionar um chávena de caldo de galinha e temperar com alho e pimenta. Colocar no forno até a água secar.
    2. Colocar o repolho cortado em juliana de molho em água a ferver durante 5 minutos. Noutra tabuleiro colocar azeite e cebola às rodelas. Colocar por cima a courgete, cenoura, tomate e alho francês e o repolho. Temperar com sal e pimenta.
    3. Dar dois a três cortes transversais de cada lado do peixe. Temperar com sal, pimenta, sumo de lima e alecrim, sem esquecer os cortes e a barriga do peixe. Colocá-los sobre os vegetais. Espalhar alguns pedaços de bacon por cima do peixe e vegetais e levar ao forno tapado com folha de alúminio durante 20 minutos. Ao fim desse tempo retirar a folha de alumínio, mexer os vegetais e deixar assar até dourar.
    O funcho também funciona bem com o peixe e o sumo de lima. Os vegetais podem obviamente ser alterados conforme o gosto e a disponibilidade.

    Bom apetite!

    quarta-feira, 14 de outubro de 2009

    Tarte de crumble de manga



    Reincidindo no segundo livro de Mafalda Pinto Leite, para rematar o almoço de família de domingo, baseei-me numa receita de Tarte de Crumble de Maracujá que me andava a fazer crescer água na boca desde que comprei o livro.

    Olhando para a despensa fiquei a braços com uma decisão: seguir a receita e usar a lata de polpa de maracujá ou experimentar outra fruta e usar a lata de polp de manga... Uhm.... e pronto, ganhou a manga.

    Em relação à receita original convém cortar no açúcar, já que as conservas de fruta já são bem açucaradas mas de resto, juntamente com outras pequenas alterações, funcionou perfeitamente.



    Ingredientes

    Massa:

    375g de farinha sem fermento
    150g de açúcar
    150g de margarina vaqueiro (ou manteiga sem sal fria aos pedaços)
    1 ovo
    1 colher de sobremesa de açúcar baunilhado (ou 1 colher de chá de essência de baunilha)


    Curd de manga:

    4 ovos
    2 gemas de ovo
    50g de açúcar (150g se usarem polpa de fruta sem açúcar)
    200ml de polpa de manga (150ml se usarem polpa sem açúcar)
    125g de margarina vaqueiro (ou manteiga fria aos pedaços)


    1. Aquecer o forno a 180º. Forrar uma forma rectangular com papel vegetal e untar com manteiga.
    2. Bater a farinha, açúcar e manteiga com a batedeira até obter mistura com textura de migalhas. Adicionar o ovo, o açúcar baunilhado e 3 colheres de sopa de água fria. Bater até a massa comelar a aderir. (Juntar mais água se necessário.)
    3. Reservar 1 chávena de massa. Colocar a restante na forma, pressionando, e levar ao forno a cozer durante 20 a 25 minutos até começar a dourar.
    4. Entretanto preparar o curd. Aquecer em banho-maria os ovos, as gemas e o açúcar, mexendo sempre com uma batedeira de varas. Adicionar a polpa de manga e a manteiga. Mexer constantemente com uma colher de pau até a misturar espessar o suficiente para começar a cobrir a parte de trás da colher. Passar por um coador e espalhar sobre a base de massa.
    5. Polvilhar a massa reservado por cima do curd e levar ao forno por 15 a 20 minutos até começar a dourar por cima. Deixar arrefecer completamente antes de servir.


    Uma óptima sobremesa de manga, servida com manga e creme de iogurte, do qual segue a receita.


    Creme de iogurte:

    Existem várias receitas de creme de iogurte, dependendo as variadas opções não só do gosto mas também da despensa de cada um. Desta vez como tinha uma lata de leite de coco light aberta resolvi utilizá-la.

    Ingredientes
    iogurte natural não açucarado
    leite de coco light
    mel
    sumo de limão

    1. Colocar o iogurte sobre um pano, com uma tijela por baixo. Tapar e colocar no frigorífico dum dia para o outro para escorrer o iogurte.
    2. Misturar com o iogurte o leite de coco até obter uma consistência que agrade. (Os cremes de iogurte também funcionam bem com natas.)
    3. Juntar mel a gosto e umas gotinhas de limão.

    E pronto, mais um domingo bem passado em família. Bom apetite!

    quinta-feira, 8 de outubro de 2009

    Mel para reconfortar a alma


    Copyright by nkzs

    São 9h30, o despertador que devia ter tocado há meia hora atrás continua num silêncio despudorado e a primeira coisa que me ocorre, a primeira coisa logo ao começar do dia, é um palavrão. Levantar a correr, decidir o que fazer e do que prescindir, fazer o almoço para levar ou não fazer o almoço, tomar o pequeno-almoço no carro, chegar atrasada.

    Há dias que começam assim e nunca se recompõem. Mas mesmo nesses dias, em que no meio da tempestade não há tempo nem forças para cozinhar, há ingredientes que nos reconfortam a alma. Hoje foi um dia destes e eu quis suavizá-lo com um toque de mel.

    Para o almoço, uma receita muito, muito simples como convém a quem vê ainda estremunhada o tempo a escoar aceleradamente e precisa de ter um almoço pronto para levar:



    Salsichas frescas com molho de mel e mostarda (baseado em receita de Mafalda Pinto Leite, do livro Cozinha Para Quem Quer Poupar)

    Ingredientes:

    Salsichas frescas
    2 colheres de sopa de mostarda de Dijon
    2 colheres de sopa de mel


    Cozinhar as salsichas numa frigideira ou grelhador, no fogão, ou numa assadeira no forno, virando até dourarem de ambos os lados.
    Juntar numa tijela a mostarda com o mel e misturar. Colocar sobre as salsichas e cozinhar mais uns 5 a 7 minutos, virando-as a meio. Servir com arroz e salada.


    Ao fim do dia, a vontade de cozinhar é abaixo de zero, a ideia de ficar ficar mais tempo em pé é um suplício e a vontade é de fast-food. Faça-se a vontade à vontade.




    Tosta de bacon com mel balsâmico

    Ingredientes

    Cebola roxa
    Bacon cortado em tirinhas
    Queijo (no meu caso usei uma mistura de 3 queijos ralados)
    Manteiga
    Pão de forma
    Mel
    Vinagre balsâmico

    Numa frigideira anti-aderente, fritar rodelas de cebola roxa com um pouco de manteiga. Juntar o bacon assim que a cebola começar a amolecer e deixar cozinhar. Juntar uma colher de chá de mel e uma colher de chá de vinagre balsâmico. Deixar cozinhar até o bacon dourar.

    Barrar com um pouco de manteiga uma face de duas fatias de pão forma. Sobre a face sem manteiga colocar o queijo (fatia ou queijo ralado) e sobre este colocar o bacon com a cebola. Tapar com a outra fatia com a face da manteiga para fora.

    Numa frigideira lavada colocar a tosta com lume médio/forte e pressionar com uma espátula até a fatia de baixo dourar. Virar ao contrário e pressionar até a outra dourar igualmente. Servir com alface.


    Bom apetite!

    sábado, 3 de outubro de 2009

    Tarte de framboesas e chocolate branco



    Do norte chegou-me por mãos familiares uma caixa de framboesas há alguns dias. Sofreram um pouco na viagem, foram congeladas e descongeladas e quando me foram entregues já não vinham exactamente intactas de aspecto mas ainda muito saborosas. Fiquei com vontade de aproveitá-las para uma sobremesa de domingo e resolvi experimentar uma receita do site da BBC Good Food.

    Ingredientes:
    • 1 pacote de massa quebrada
    • 500g de mascarpone
    • 100g de chocolate branco cortado em pedaços e lascas (se preferirem podem pôr mais)
    • 100g de acúcar mascavado (eventualmente menos se puserem mais chocolate)
    • 2 ovos grandes
    • 250g de framboesas

    1. Aquecer o forno a 160ºC. Forar uma tarteira com papel vegetal. Colocar a massa quebrada, enrolado as pontas se necessário e picá-la com um garfo.
    2. Misturar o mascarpone, os ovos e o açucar até misturar bem. Adicionar o chocolate branco e por fim as framboesas (eu coloquei-as directamente na tarteira para não se desmancharem mais).
    3. Deitar a mistura na tarteira e levar ao forno durante 25-30 minutos até cozinhar e dourar. É normal que o recheio cresça durante a cozedura mas depois voltará a baixar. Deixar arrefecer no forno. Se se colocar no frigorífico pelo menos uma hora será mais fácil de cortar e também é muito boa servida fria.
    Para quem gostar pode-se também adicionar 100g de amêndoa moída. Eu evitei, por não gostar.

    Bom apetite!
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